23 fevereiro 2006

Antiguidades II


Copos, chavenas, pratos, cadeiras, mesas, baús, discos, brincos, pulseiras, ferros, molduras, guitarras, selos, moedas, livros .... um mundo de objectos de todas as formas e tamanhos cheios de vida e estórias para contar!




22 fevereiro 2006

Simple Things


Happiness and colour ...Simple People make Simple Life.
(Photos from Nepal)




Essência da Vida


"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

Fernando Pessoa (1888-1935)
www.casafernandopessoa.com


18 fevereiro 2006

Antiguidades


Acordei a meio da noite com o barulho da chuva a cair lá fora,
não me levantei e rapidamente voltei a adormecer.
De manhã a chuva tinha parado e o sol estava radioso, deu-me vontade
de sair, passear, apanhar ar....e foi isso mesmo que fiz.

Fui à feira de antiguidades na avenida ... ainda lá está o candeeiro que quero comprar, ando a namorá-lo há já algum tempo mas ainda não tive coragem de o comprar.
É um candeeiro de tecto de bola em vidro lilás, apenas necessita de ver substituido o fio de ligação à corrente .....lindo, lindo!

Já falei com a vendedora, já o tive na mão, mas faz-me sempre confusão comprar algo que já teve outro dono...imagino a casa onde esteve, imagino se terá estado num hall ou num quarto...qual terá sido a vida anterior do candeeiro que quero comprar!
Será que os donos anteriores o apreciavam ou será a apenas mais uma peça que lhes iluminava o espaço quando carrregavam no interruptor....










17 fevereiro 2006

Contigo...

Contigo aprendi que cada momento deve ser aproveitado sem exigir um momento seguinte,
que cada abraço teu vale por todos os que não tive anteriormente.
Aprendi que o teu sorriso ilumina a minha vida,
que cada lágrima tua fala comigo.
Aprendi a saltar sem medo de cair,
que mais vale arriscar e perder do que parar e sofrer.

Contigo aprendi que nenhuma tarde envelhece sem antes ter sido manhã.

14 fevereiro 2006

A esta hora


A esta hora o sol já se foi, mas fica a memória, a saudade e a presença!
O cheiro a mar, o envolvente da serra, palavras que se trocam, olhares que se encontram...

09 fevereiro 2006

Metade da gente do Mundo


Metade da gente do mundo ama a outra metade,
metade da gente odeia a outra metade.
Por causa desta e daquela metade terei eu de vaguear
e me transformar incessantemente como chuva no seu ciclo,
terei eu de dormir entre rochas, tornar-me áspero como os
troncos das oliveiras, e ouvir a lua uivar para mim,
e camuflar o meu amor com receios,
e brotar como erva assustada entre os carris do caminho de ferro,
e viver submerso como uma toupeira, e quedar-me com
raízes mas sem ramos, e não sentir a minha face contra a face de anjos,
e amar na primeira caverna, e casar com a minha mulher
sob uma abóbada de vigas que sustentam a Terra,
e expressar a minha morte, sempre até ao último sopro
e às últimas palavras e sem nunca compreender,
e colocar mastros sobre o telhado da minha casa
e um abrigo antiaéreo debaixo dela.
E ir apenas para regressar e passar por todos os lugares
– gato, pau, fogo, talhante, entre o cabrito e o anjo da morte?
Metade da gente ama, metade da gente odeia.
E qual é o meu lugar entre tais iguais metades,
e por que fenda verei eu o bairro de casas brancas dos meus sonhos
e as pegadas nuas na areia ou, pelo menos, o lenço da mulher que acena junto às dunas?

Yehuda Amichai (1924-2000), poeta israelita